sábado, 23 de julho de 2016

Karl Löwith (Munique 9 de janeiro de 1897 – Heidelberg 26 de maio de 1973) foi um filósofo alemão, aluno de Martin Heidegger.
Embora professasse a religião protestante, Löwith nasceu numa família de religião judaica. Estudou filosofia primeiramente com Husserl em Freiburg e, entre 1919 e 1928 com [[Heidegger]. Em 1934 foi forçado a deixar a Alemanha devido às políticas anti-semitas do governo nazi. Viveu primeiro na Itália e em 1936 embarcou em Nápoles para o Japão a convite do seu amigo Kuki Shuzo.
Deu aulas na Universidade Imperial de Tohoku, no norte do Japão mas, em 1941, a proximidade deste país com as as políticas do Eixo levou-o, pouco antes do ataque a Pearl Harbor, a mudar-se para os Estados Unidos.
Entre 1941 e 1952 deu aulas no Hartford Theological Seminary e na New School for Social Research. Nesse ano regressou à Alemanha para dar aulas de filosofia em Heidelberg, onde faleceu.

Índice

Pensamento

Karl Löwith é mais conhecido por suas obras De Hegel a Nietzsche e Sentido da História.
Na obra De Hegel a Nietzsche, Löwith reflete sobre as razões pelas quais o mundo pensado por Hegel, dotado de ordem, racionalidade, ética, visão totalizante, ou seja, a síntese do cristianismo, de Lutero a Goethe, com o racionalismo, se fragmentou a partir da crítica de Marx e dos demais pensadores hegelianos, como Feuerbach, Bauer, Stirner, e Kierkegaard, e da filosofia de Nietzsche. Marx e sua crítica política e econômica da sociedade moderna, e a crítica de Nietzsche da religião, dos valores modernos e a defesa do paganismo, geraram um mundo fragmentado, marcado pelo ceticismo e um profundo niilismo. A desconstrução do sistema idealista hegeliano desembocou em diversas correntes filosóficas como o existencialismo. Não havendo, portanto, teleologia, sentido, ou lógica imanente da história, rejeitado o historicismo, é preciso identificar uma nova unidade, que Karl Löwith atribui ao conceito de "mundo" ou "natureza" separado do conceito de "história", questão fundamental do pensamento ocidental, segundo ele. Não sendo possível um retorno a princípios unificadores de natureza teológica ou idealista. [1] [2] [3] [4]

Na obra Sentido da História, Löwith analisa as relações entre a teologia e a história, o sentido do processo histórico e a influência do pensamento cristão. Ele aborda a relação entre as filosofias de vários pensadores como Burckhardt, Marx, Hegel, Kierkegaard, Voltaire, Vico, Bossuet, Spengler, Arnold Toynbee, Shelling, Tocqueville, Agostinho e Orosius, que refletiram sobre a questão da teleologia, a fim de entender a emergência da modernidade laica, do secularismo, na sua relação com um pensamento baseado na fé, definido pela escatologia da tradição judaico-cristã, realidade supra-histórica. Löwith demonstra que a filosofia da história fundamenta-se em pressupostos teológicos, frequentemente, ignorados, esquecidos ou negados. Ele realiza uma análise crítica dos pontos comuns entre a teologia e a filosofia da história, destacando os fundamentos metafísicos do racionalismo ocidental que ainda moldam o mundo secularizado. Karl Lowith procura entender a sociedade que emerge com as modernas filosofias da história e as razões para a crise experimentada por elas. [5] [6]

Obras

  • From Hegel to Nietzsche: The Revolution in Nineteenth Century Thought, 1939, 1941.
  • The Meaning in History: The Theological Implications of the Philosophy of History, 1949
  • Max Weber e Karl Marx, 1960
  • Significado e fim da história: os pressupostos teológicos da filosofia da Historia, 1963
  • Natureza, história e existencialismo, 1966.
  • Heidegger, pensador de un tiempo indigente, 2006.

Ver também

Ligação externa

  • Max Weber and Karl Marx, Karl Löwith

    Reinhard Bendix

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Reinhard Bendix (Berlim, 25 de fevereiro de 191628 de fevereiro de 1991) foi um sociólogo teuto-americano.
    Imigrante alemão que radicou-se nos EUA, em 1938, fugindo do nazismo, recebeu diploma de Mestre e Doutor na Universidade de Chicago, onde lecionou de 1943 a 1946, transferindo-se, posteriormente, para a Universidade do Colorado, onde atuou por um ano, como professor-assistente, antes de se transferir para o Departamento de Sociologia da Universidade da Califórnia, Berkeley, em 1947, onde permaneceu pelo resto de sua carreira. [1] [2]
    Bendix introduziu o método comparativo entre os sociólogos americanos. Ele entendia que era necessário conhecer a sociedade americana, nas suas relações com as sociedades europeias, pois o enfoque exclusivamente nacional ou local, não permitia um entendimento mais amplo da complexidade da formação social americana, no curso da história e as questões por ela suscitadas. O alargamento das fronteiras intelectuais de investigação era um imperativo.
    Ele estudou a história de várias nações europeias e também de nações em desenvolvimento, como a India, a China e países muçulmanos, com o objetivo de entender como questões gerais do desenvolvimento industrial e da modernização social e política eram tratadas pelas culturas e tradições locais
    Sua referência teórica era Max Weber e a metodologia dos "tipos ideais" relativos às formas de dominação política e discursos legitimadores. Obra : Max Weber : An Intellectual Portrait, 1960. As ideias, para ele, não eram apenas reflexos das condições sociais, mas forças legitimadoras, independentes e reais.
    Suas obras mais importantes são : Work and Authority in Industry, de 1956; Nation-Building and Citizenship, de 1964, e Kings or People: Power and the Mandate to Rule de 1978, nelas Reinhard Bendix aplica o método da sociologia histórica comparada.
    Em Work and Authority in Industry, ele investiga os discursos legitimadores da disciplina fabril e da autoridade pública, e sua compatibilização com a questão da liberdade, em países como Rússia, Inglaterra, Alemanha e EUA. A legitimação, enfim, da ideologia empresarial, o discurso da eficiência gerencial, e da autoridade pública na ordem liberal e pré-liberal, em cada contexto histórico.
    Em Nation-Building and Citizenship, de 1964, Bendix analisa o modo como questões universais da contemporaneidade são contextualizadas pelas tradições e culturas locais, examinando os casos da Europa ocidental, Japão e Rússia, estudando a singularidade da condição histórica em face do avanço da modernização. O modo de combinar o moderno e o tradicional em cada contexto cultural. Bendix utiliza como "tipos ideais" as ideias de desenvolvimento e modernização.
    A Revolução Industrial, a urbanização intensa, a transformação na estrutura ocupacional, a mudança política e ideológica, a formação do Estado Nação com a Revolução Francesa, a formação de novas nações, em antigas colônias europeias nas Américas, o surgimento dos grandes aparatos burocráticos, o advento do livre mercado e a criação do Estado de Bem Estar Social integram o amplo conjunto de questões tratadas no esforço teórico de fôlego empreendido por Reinhard Bendix. [3] [4]
    Em Kings or People: Power and the Mandate to Rule, 1978, Bendix procura entender a razão para a emergência da soberania popular e a crise da dominação tradicional ou dinástica, no mundo ocidental, a chamada "especificidade do Ocidente". A força da nova legitimidade da ordem social e da autoridade publica, a figura do cidadão, e o declínio da legitimidade dos velhos monarcas, do conceito tradicional de soberania, dinastias de descendentes de heróis de guerra e grandes estadistas, enfraquecidos diante da nova fonte de legitimidade política, o mandato popular.
    A legitimidade deslocando-se de famílias nobres, para a sociedade e a vontade popular, como fonte derradeira de toda produção legal legitima.
    As investigações de Bendix, portanto, procuram esclarecer porque algumas instituições permanecem e outras não, e modo como permanecem, e prossegue indagando sobre as especificidades culturais que permitem tais combinações entre o velho e o novo, ou o tradicional e o moderno, em cada nação. A razão pela qual se estabelece um clivagem radical em cada sociedade entre o tradicional e o moderno.
    Ele rejeita o evolucionismo e uma filosofia da história com as características de determinismo como o marxismo, em leitura clássica, ou teorias sistêmicas, para o entendimento da mudança social. Demonstra grande respeito pela diversidade cultural dos povos, mas afirma que existe uma lógica comum que passa a vigorar nas sociedades inseridas nesse mundo moderno, industrial e democrático. [5] [6] [7] .

    Sobre o método comparativo

  • Barrington Moore
  • Perry Anderson
  • Seymour Lipset
  • Charles Tilly
  • Theda Skocpol
  • Jeffrey Alexander